

Milhares de colombianos se despedem do presidenciável assassinado Miguel Uribe
Milhares de pessoas formaram fila no Congresso da Colômbia nesta terça-feira (12) para se despedir do senador e pré-candidato presidencial Miguel Uribe, falecido na véspera após sofrer um atentado que o deixou em estado grave e sob cuidados intensivos durante dois meses.
O magnicídio do opositor abala a campanha para as eleições presidenciais de 2026 e revive os fantasmas da violência política que, a tiros, interrompeu as aspirações presidenciais de cinco candidatos no século XX.
Desde a manhã, filas quilométricas rodeavam o Congresso e se estendiam até a central Praça Bolívar. Milhares de pessoas aguardavam sua vez para se aproximar do caixão do político no interior do hemiciclo e prestar homenagem por alguns segundos.
Filho de uma jornalista assassinada por Pablo Escobar, Uribe era o candidato favorito da direita para substituir o presidente de esquerda Gustavo Petro.
"Em nosso país, lamentavelmente, temos esse grande problema de que, se uma pessoa pensa diferente, a solução é matá-la", disse à AFP nos arredores do Congresso o designer gráfico José Corvita. "Não podemos continuar assim", clamou.
No interior do palácio legislativo, o pai do presidenciável, Miguel Uribe Londoño, abraçou o caixão coberto por uma bandeira da Colômbia e cercado de flores.
Entre lágrimas e abraços, a esposa do pré-candidato, María Claudia Tarazona, chegou carregando o filho mais novo junto com suas outras duas filhas, que Uribe acolheu como próprias.
Os cidadãos comuns não pararam de circular ao longo do dia. Alguns tiravam fotos com seus celulares.
Durante uma cerimônia militar em outro ponto da cidade, Petro pediu um minuto de silêncio em homenagem a Uribe e assegurou que "especialistas internacionais" estão ajudando a "determinar as causas reais" do magnicídio.
As autoridades capturaram seis pessoas vinculadas ao assassinato, incluindo o autor do disparo, um adolescente de 15 anos, e apontam como principal suspeita a dissidência das Farc conhecida como Segunda Marquetalia.
(P.Buthelezi--TPT)