

Flotilha com ajuda para Gaza denuncia segundo ataque com suposto drone
A flotilha que partiu com ativistas e ajuda humanitária para Gaza afirmou que mais um de seus barcos foi atacado na noite desta terça-feira (9) perto da Tunísia, com o que suspeita ter sido um drone, após denunciar um incidente similar no dia anterior.
Mais de mil pessoas receberam a flotilha no domingo no país do norte da África, um grupo de quase 20 embarcações que zarpou no início do mês de Barcelona com destino ao território palestino cercado.
A flotilha conta com a presença da ambientalista sueca Greta Thunberg, entre outras personalidades, como o brasileiro Thiago Ávila. O objetivo é "abrir um corredor humanitário e pôr fim ao genocídio em curso do povo palestino" no contexto da guerra entre Israel e Hamas, segundo os organizadores.
Na noite desta terça-feira, a Flotilha Global Sumud denunciou nas redes sociais que "outro barco foi atingido em um suposto ataque com um drone".
O "Alma", de bandeira britânica, foi atingido, segundo o grupo, em águas tunisianas, em frente à localidade de Sidi Bou Said, perto da capital da Tunísia.
Em um vídeo publicado pela relatora das Nações Unidas para os territórios palestinos, Francesca Albanese, é possível ver uma bola de fogo caindo sobre um barco.
"As provas de vídeo sugerem que um drone — sem luzes, para não ser visto — lançou um artefato que provocou um incêndio no convés do barco Alma", escreveu.
"Os especialistas sugerem que se tratava de uma granada incendiária envolta em materiais plásticos molhados com combustível, que poderia ter sido acesa antes de cair sobre o barco", acrescentou.
O barco "sofreu danos causados por um incêndio em seu convés superior", detalhou a flotilha em seu comunicado. "O fogo já foi apagado e todos os passageiros e a tripulação estão sãos e salvos".
A AFP não conseguiu contato com a Guarda Nacional tunisiana.
Jornalistas da France-Presse presentes no local puderam ver um barco distante, cercado de botes das forças da ordem da Tunísia.
Era possível ouvir sirenes e dezenas de ativistas se manifestaram brevemente na praia de Sidi Bou Said para protestar contra o suposto ataque.
- 'Determinação' -
"Segunda noite, segundo ataque com um drone", disse à AFP Melanie Schweizer, uma das coordenadoras do grupo que deve retomar sua viagem a Gaza nesta quarta-feira.
"Estes ataques repetidos acontecem em um contexto de intensificação da agressão israelense contra os palestinos em Gaza, e constituem uma tentativa orquestrada para distrair e descarrilar nossa missão", denunciou a flotilha em comunicado.
Os ativistas frisaram que não se deixariam intimidar.
"Não há absolutamente nenhuma mudança em nossa determinação. Amanhã sairemos de todos os modos", disse o palestino Saif Abukeshek.
O incidente acontece um dia depois que os ativistas alertaram que sua embarcação "Familia" foi atingida por um aparato similar na mesma região da Tunísia.
Contudo, as autoridades do país norte-africano afirmaram que não haviam detectado "nenhum drone".
A AFP procurou o Exército israelense após o primeiro anúncio, mas não obteve uma resposta imediata.
A Bélgica pediu uma investigação "completa e transparente" sobre o ocorrido.
A ONU declarou em agosto estado de fome extrema no território palestino e advertiu que 500.000 pessoas enfrentam uma situação "catastrófica".
Os barcos da Flotilha Global Sumud ("sumud" significa "resiliência" em árabe) têm previsão de atracar em Gaza em meados de setembro para levar ajuda humanitária, após duas tentativas bloqueadas por Israel em junho e julho.
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(O.Mofokeng--TPT)