Seis mortos em novos ataques dos EUA contra embarcações de supostos traficantes de drogas no Pacífico
Mais seis pessoas morreram em ataques dos Estados Unidos contra embarcações suspeitas de tráfico de drogas no Pacífico, disse o secretário da Defesa, Pete Hegseth, nesta segunda-feira (10).
Com isso, o número total de mortes na controversa ofensiva antidrogas de Washington em águas internacionais no Pacífico e no Caribe chega a 76.
Hegseth afirmou na rede X que houve dois ataques no domingo no Pacífico leste contra duas embarcações "que transportavam narcóticos", com três pessoas a bordo de cada uma.
"Os seis morreram. Nenhuma força americana ficou ferida", disse ele.
As autoridades dos Estados Unidos, como fizeram em todos os ataques desse tipo, não revelaram a identidade dos falecidos, nem apresentaram provas de que traficavam drogas.
Hegseth afirmou que as duas embarcações eram "operadas por organizações terroristas designadas", sem detalhar o nome dos grupos.
Trump enviou uma carta ao Congresso na qual declarava os Estados Unidos em "conflito armado" contra os cartéis de drogas latino-americanos para justificar os ataques.
Os Estados Unidos destruíram 19 lanchas e um submersível.
Em um vídeo compartilhado por Hegseth, pode-se ver que uma das embarcações transportava vários pacotes.
- Mobilização no Caribe -
"Sob a liderança do presidente Trump, estamos protegendo a pátria e acabando com esses terroristas dos cartéis que querem fazer mal ao nosso país e ao nosso povo", afirmou Hegseth.
Os Estados Unidos mobilizaram navios de guerra no Caribe para combater o narcotráfico, embora o governo da Venezuela considere que o objetivo seja derrubar Nicolás Maduro.
Nos próximos dias, espera-se a chegada à região do porta-aviões USS Gerald R. Ford.
Especialistas afirmam que essas operações, iniciadas em setembro no Caribe, equivalem a execuções extrajudiciais, mesmo quando direcionadas contra traficantes.
O alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Turk, afirmou nesta segunda-feira que há "fortes indícios" de que violam o direito internacional em matéria de direitos humanos.
"Pedi ao governo dos Estados Unidos que investigue em primeiro lugar, porque devem se perguntar: isso se trata de violações do direito internacional em matéria de direitos humanos? São execuções extrajudiciais?", declarou Turk à AFP.
"Há fortes indícios de que sim, mas devem investigá-lo", acrescentou.
(A.DuToit--TPT)